Enxaguante bucal, qual o melhor?
Como 10 a cada 10 pessoas que iniciam o tratamento de halitose, relatam usar algum tipo de enxaguante bucal, falar neles e dar algumas explicações é muito necessário.
Os enxaguantes encontrados no mercado, ainda não são muito variados na sua composição. Hoje, além dos que são à base de álcool, existem os que contêm cloreto benzalcônico, dióxido de cloro, peróxido de carbamida, triclosan, cloreto de cetilpiridínino.
Todos têm sua funcionalidade, porém os que contêm álcool não são bons para halitose. O motivo, é que o álcool queima a mucosa oral, provocando a descamação da mucosa que se acumula na língua, piorando drasticamente o odor. Não esquecendo que ele altera a microbiota oral, matando as bactérias patogênicas e não patogênicas. É muito utilizado em pós operatório cirúrgico, com finalidade de evitar uma infecção.
A clorexidina é muito útil em processo de inflamação gengival, já que estimula a regeneração tecidual da gengiva, também eliminando bactérias que produzem odores. No entanto, seu uso não pode ultrapassar duas semanas, por causar diminuição de paladar e manchar os dentes. Para halitose, ele não é o ideal.
O triclosan tem ação sobre a formação de CSV (compostos sulfurados voláteis), porém ao ser diluído em agentes orgânicos necessários a confecção do enxaguante, tem essa vantagem alterada. Portanto, tem sua eficácia reduzida.
O peróxido de carbamida já é parte de um enxaguante bucal no mercado, que tem uma eficácia boa diante dos odores bucais, mas a composição do peróxido e a utilização frequente, podem causar um sensibilidade dentinária em alguns casos. É uma boa opção para halitose!
O dióxido de cloro provoca a redução de CSV, no entanto a sua ação não tem uma duração muito grande. O que provoca uma certa frustração em quem deseja um efeito de hálito refrescante e duradouro.
O cloreto cetilpiridínio tem ação bactericida para uma ampla variedade de bactérias gram-positivas e gram-negativas, alguns fungos e vírus. Seu efeitos colaterais são menos expressivos, comparando aos da clorexidina. É uma opção a ser testada por quem procura um enxaguante.
O cloreto benzalcônico possui várias características que fazem dele o componente mais adequado ao combate da halitose em um enxaguante. Ele promove a diminuição de odores desagradáveis, é mais estável ao armazenamento, não é irritante as mucosas, tem boa penetração sugerindo um bom benefício como bochecho para o mau hálito. Atualmente, é o preferido no caso de tratamento de halitose.
No entanto, todo e qualquer enxaguante só irá ter seu valor se fatores relacionados ao mau hálito estiverem ausentes. Ou seja, quem não escova os dentes corretamente, não usa fio dental, come alimentos carregados, tem baixa salivação e tantos outros fatores que causam halitose, ele será apenas um mascarador de halitose. Ou seja, botar perfume sem tomar banho, não resolve.
Dr. Antônio Carlos Zeferino
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