Aftas

AFTA ou “aphta vulgaris” é uma lesão vesiculosa da mucosa da boca, que ocorre habitualmente nas bochechas, lábios e língua; raramente no céu da boca e na gengiva. Elas podem aparecer individualmente ou em grupos e, geralmente é recidivante.
A(s) vesícula(s) rompe(m)-se rapidamente, de modo que a afta é vista mais freqüentemente como uma úlcera rasa, arredondada, de fundo amarelado e bordas avermelhadas, cujo diâmetro médio é da ordem de 5 mm. São bastante dolorosas, principalmente nos primeiros 3 a 5 dias. A lesão dura de 10 a 14 dias e a mucosa oral se recupera totalmente, não deixando cicatriz.

Etiologia desconhecida.

As úlceras tendem a aparecer quando o paciente passou por algum tipo de stress físico ou emocional. Recentemente cientistas tendem a classificar as aftas orais entre as vasculites, que são doenças inflamatórias auto-imunes.
A Estomatite Aftosa Recorrente, uma de suas formais mais comuns, se manifesta normalmente sem qualquer outra doença paralela específica, constituindo-se em uma doença inflamatória em si mesma.

Pacientes com outras doenças podem ter aftas mais freqüentemente:

a – Deficiências imunológicas humorais (deficiências de imunoglobulinas)
b – Doença Celíaca
c – Doença de Behcet
d – Doença de Crohn
e – AIDS
f – Citomegalovírus
g – Anemias
h – Distúrbios gastrointestinais passageiros.

Em crianças os vírus coxsackie A, coxsackie B, echovírus e enterovírus podem causar estomatite, doença caracterizada pelo aparecimento de lesões múltiplas, semelhantes a aftas.
Como diagnóstico diferencial, a gengivo-estomatite herpética aguda se apresenta com vesículas mais resistentes, geralmente muito pequenas e conglomeradas.

Fatores agravantes

Qualquer lesão na mucosa bucal pode produzir afta, desde um arranhão causado pela escova de dentes, até queimaduras ou ferimentos causados por alimentos quentes ou muito ásperos, aparelhos ortodônticos, etc.
Algumas pessoas evitam alimentos ácidos, tais como frutas cítricas (limão, laranja, tangerina, abacaxi, etc.), tomate, vinagre, molhos, etc., pois acreditam que estes alimentos desencadeiam o aparecimento das úlceras.
Mulheres são duas vezes mais propensas a desenvolver aftas do que homens. O mesmo ocorre com pessoas cujos pais têm aftas habitualmente.

Tratamento: não há.

Algumas medidas podem ser tomadas para aliviar o desconforto, principalmente nos primeiros 3 ou 4 dias em que as lesões estão mais doloridas:

1) bochechos, 3 a 4 vezes ao dia, com 1 colher de sobremesa de água oxigenada 10 vol diluída em 1/2 copo de água morna.

2) bochechos, 3 a 4 vezes ao dia, com 1 colher de chá de sal e 1colher de chá de bicarbonato de sódio diluídas em 1/2 copo de água morna.

3) evitar alimentos ácidos. Não se tem notícia que vitaminas ou alimentos especiais possam ajudar, a não ser que haja uma deficiência específica. Embora o stress possa causar ou fazer eclodir aftas, medicamentos tranqüilizantes também são, aparentemente, de pouca ajuda.

4) evitar o uso de agentes cáusticos no local, pois, apesar de diminuir a dor, eles provocam a destruição do tecido, fazendo com que a úlcera se torne mais profunda e sujeita a infecções.

No caso de dor intensa, medicação analgésica por via oral pode ajudar.

Quem usa aparelhos ortodônticos pode ter aftas devido ao traumatismo constante. A aplicação de cera de uso odontológico no local responsável pelo traumatismo costuma ajudar.
Se a causa do problema for prótese dentária, o dentista deverá ser consultado.

Nos casos prolongados (mais de 2 semanas), uma visita ao dentista é recomendada.

 

Dr. Antônio Carlos Zeferino
R. Firmino Costa, 376 – Taquaral
(19) 3251-1055 – Campinas / SP